“Sorte é questão de coincidência. Coincidir de você estar presente no lugar certo na hora certa.”
The Secret
Nada poderia definir melhor o momento do que a frase acima. A noite de sexta para sábado foi baseada nisso: coincidências e "sorte".
Tudo começou com uma promoção que fez com que meu amigo ganhasse um par de ingressos para assistir ao show do "Brothers of Brazil". "Porra, que merda", vocês pensaram. Sim, eu também pensei isso. Mas esse foi o ponto chave que desencadeou todos os acontecimentos do final de semana. Um show do Brothers of Brazil. Pois é, amigos.
Meu amigo não tinha companhia para ir ao show - por motivos óbvios - e eu me solidarizei a ir com ele. O show aconteceria no Inferno Club, na Rua Augusta, durante a madrugada de sexta para sábado. Aí entra a coincidência: esse foi justamente o dia em que o pessoal do "Pierce the Veil" chegou em São Paulo.
Não, eu não ouço Pierce the Veil. Nunca nem ouvi a banda. Mas eles estavam em São Paulo, e meus amigos sabiam onde se localizava o hotel. E onde era o hotel? Justamente numa rua paralela à Augusta, onde eu iria assistir ao show do Brothers of Brazil. Coincidiu perfeitamente!
(Nunca pensei que Brothers of Brazil seria citado neste blog)
Fomos mais cedo para a Paulista, e a ideia era enrolar lá no hotel até a hora do show do Brothers, mas logo descobrimos que estávamos no hotel errado. Porra! "Ok, tanto faz, a gente enrola em algum outro lugar até dar o horário do show", pensei. Mas o pessoal do Pierce the Veil estava programado para dar uma entrevista na 89 FM, a "Rádio Rock". E onde fica a 89? Na esquina da Augusta com a Paulista. Coincidência 2.
Ficamos ali em frente ao estacionamento da rádio, em meio a alguns fãs escandalosos da banda, esperando até a hora de eles aparecerem. Não demorou muito e eles chegaram, entrando rapidamente na rádio, sem dar muita moral pra galera que tava ali. "Na volta eles falam", dizia o cara da produção. Continuamos por ali, esperando o programa terminar e a banda descer para falar com o povo. Alguns dos meus amigos realmente gostam da banda, e queriam conhecer os caras, mas eu estava naquela do "tanto faz", afinal eu só estava ali devido às coincidências da vida, que prepararam um show do Brothers of Brazil no mesmo dia em que o Pierce the Veil chegaria em São Paulo.
Bom, os caras da banda deixaram a rádio pela saída da frente - onde nós não estávamos - e foram para o hotel. Mas o que ninguém imaginava é que os caras iriam da rádio para o hotel ANDANDO. Sim, eles foram a pé, e a galera obviamente os seguiu até lá. Dentro de uns minutos lá estávamos nós, em frente ao hotel, esperando a banda, que já tinha subido. E ainda era 21h30. As portas do Inferno só abririam 00h, ou seja, nós ainda tínhamos um bom tempo para esperar.
Conversando com uns fãs na porta do hotel, ouvi boatos de que o "Dave" tinha sido roubado, e que esse "Dave" não era membro da banda, mas sim um guitar-tech. Até aí ok. Depois de um tempo, o Mike desceu, tirou fotos com o pessoal e conversou por uns minutos. Logo depois ele saiu de táxi com umas groupies que o aguardavam no saguão do hotel. Eram tantas minas que foram necessários dois táxis para levar a galera toda. (Pela manhã elas retornaram comentando - bem alto - sobre o quão boa tinha sido a noite. Minha única reação foi ficar triste pelo Mike, pois as minas eram tão bonitas quanto uma cabrita desmamada durante trabalho de parto.)
(Uma das groupies que aguardavam o Mike no saguão do hotel)
Continuamos em frente ao hotel conversando, afinal ainda faltava muito tempo até o show do Brothers. Já estava tarde, e até o pessoal da Liberation já tinha vazado do hotel, avisando que a galera da banda não desceria durante a noite. E eles não desceram mesmo. O único a descer foi o tal Dave, que tinha sido roubado no aeroporto, logo que a banda chegou em São Paulo. Aí surge a maior coincidência da vida: o tal Dave, guitar-tech do Pierce the Veil, era o mesmo Dave que fazia guitar-tech para o The Maine durante a primeira passagem da banda pelo Brasil, em 2011!!!!!!!!!!!! Completamente inacreditável. Quem iria imaginar? E tava triste, o tal Dave. Ele carregava a roupa do corpo, um maço de cigarros - que foi comprado pelos fãs momentos antes - seu celular e seu passaporte. Todo o resto lhe havia sido roubado: mais de quatro mil dólares em dinheiro, iPad e notebook que continham fotos de tour que ele guardava há mais de dez anos, além de outras coisas. O Dave era a tristeza em pessoa, mas nem assim deixou de ser o cara simpático que fez com que vários fãs de The Maine se apaixonassem em 2011.
Conversando um pouco com o Dave, descobri algumas coisas interessantes:
- o Dave contou que ele já foi guitar-tech do We The Kings, do Taking Back Sunday e do Nevershoutnever, além de ter trabalhado para o The Maine e estar trabalhando com o Pierce the Veil;
- ele mora bem perto de Joplin, e por isso é bem amigo do pessoal do Nevershoutnever. Segundo ele, o Christofer sabe ser bem legal quando não está sob o efeito de drogas. Ele também disse que o Caleb é um gênio da música;
- o pessoal do Falling in Reverse é um saco;
- o Dave é MUITO amigo da galera do All Time Low. Ele disse que é secretamente apaixonado pelo Rian, e que o Rian é uma das melhores pessoas que ele já conheceu.
Sobre The Maine, o Dave fez questão de falar bem do Luciano, que fez a segurança deles durante as passagens pelo Brasil. Também disse que o Dirk é um cara sensacional, e que o Matt e o Larry não trabalham mais para a banda. Ele me perguntou qual dos shows eu tinha preferido, e quando eu disse ter preferido o de 2011, ele logo emendou dizendo que aquele show foi um dos maiores que ele fez com o The Maine, e que o John ficou comentando sobre isso durante os dias seguintes. O Dave também revelou algo interessante sobre o John. Tão interessante que vou manter o diálogo original:
Eu: "Dave, do you think John is gay?"
Dave, aos risos: "Man, John is DEFINITELY not gay."
Eu, sem acreditar: "Oh, c'mon. I always thought John was gay."
Dave: "Oh man, one thing I can ensure: John is not gay. He loves women. He loves women and whiskey."
Fiquei atordoado com a informação, pois sempre tive dúvidas sobre a sexualidade do John. O Dave também contou que o John faz questão de não ser visto com ninguém, porque ele acha que isso não seria bom para ele nem para a banda. Ele disse que o John é bem reservado com relação a essas coisas, mas que ele tinha 100% de certeza de que o John é hétero.
(Minha reação ao descobrir que este rapaz é hétero)
Convidamos o Dave para ir ao show do Brothers of Brazil com a gente, mas ele ainda estava triste com tudo o que tinha acontecido, e nem quis sair do hotel. Quando notei o horário, vi que já passava da meia-noite. O Dave foi jantar no hotel, nós nos despedimos e partimos rumo ao show. Confesso que pensei que nessa hora a noite começaria a ficar ruim, mas até que não. O show do Brothers of Brazil foi bem legal. A parte ruim foi o frio que passamos depois do show, pois decidimos que iríamos voltar para o hotel para esperar o resto da banda. (Eu voltei pois queria tirar uma foto com o Dave para registrar a maior coincidência da noite.)
Eram 4h30 da manhã, tava escuro e eu tava morrendo de sono. Mas a foto com o Dave tinha virado questão de honra. Comemos em uma padaria e enrolamos no Conjunto Nacional até mais ou menos umas 8h da manhã. Dai voltamos para o hotel.
Conforme o tempo foi passando, foi chegando uma boa galera pra ver a banda, inclusive umas meninas muito legais - e gatas! - que foram as responsáveis por eu não morrer de fome durante aquela manhã. O Dave apareceu e eu finalmente consegui minha foto. A noite tinha mais do que valido a pena. Mas nós continuamos por lá.
A galera da banda só saiu do hotel por volta de umas 15h, e foi bem rápido, pois os caras tavam indo direto pro show. Meus amigos conseguiram as fotos, e a felicidade reinava no ambiente. Para quem tinha saído de casa esperando ir a um show sem graça do Brothers of Brazil, a noite tinha mais do que valido a pena! Preciso dizer que eu tava feliz pra caralho. Nem parecia que eu estava sem dormir há quase 24h. O sentimento era o melhor possível, e já era hora de deixar o hotel.
(Eu ao sair do hotel. Só felicidade)
Pegando o metrô de volta para casa, me deparei com uma ruiva tão linda, mas tão linda, mas tão linda, que........ eu nem acreditava. E eu tava com tanto sono que até esfreguei os olhos algumas vezes para ver se ela era mesmo real. E era! Ela usava uma camiseta rasgada dos Beatles, uma calça vinho e um coturno preto. Era linda. Mesmo.
Fiquei naquele romance de metrô com ela, trocando uns olhares - sim, era uma troca de olhares: ela olhava de volta - e tentando não me apaixonar nem dormir. Só consegui a primeira opção. Não sei por quanto tempo eu cochilei, mas quando acordei ela ainda estava lá, sendo linda. Uns minutos depois, o telefone dela tocou. A música? "I can Talk", do Two Door Cinema Club.
Dias como esse precisam acontecer mais vezes.
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