Olhar por horas para o mesmo ponto, procurando a saída desse sentimento que insiste em se manter por perto. Parar durante um curto período de tempo, olhando em volta apenas para checar o ambiente. Acompanhar o ponteiro do relógio mover-se vagarosamente, levando-te a mais profunda das reclusões.
O instante torna-se relevante, o momento não reflete sentimento, toda uma vida construída em anos destrói-se em questão de segundos. Um mundo baseado em falsas promessas, feitas durante um longo e tedioso caminho rumo à lugar nenhum. Pois é, cá estamos nós, rumando à lugar nenhum, sentenciados a viver esperando por algo que sequer sabemos o que é. Mas o relógio parou e o tempo insiste em não passar, fazendo tudo permanecer do jeito que está, inclusive o teu coração, que hoje continua a clamar por alguém que já não existe mais. O verso diz que 'a cada hora que passa envelhecemos dez semanas' e há muito mais a se dizer, porém pouca coisa para se entender.