Um dia de melancolia, uma noite em que as estrelas fugiram entre meus dedos, mãos estendidas ao relento e um coração vazio e petrificado esperando receber um pouco de amor.
Uma vida sem roteiro, uma tortura sem previsão de término, um fim sem o menor dos sentidos.
O sol está nascendo de novo, como se fosse um alivio, um alivio sem sentido, um alivio deturpado que eu não queria sentir, mas que hoje me permite respirar fundo e entender o que eu não conseguiria entender há um tempo.
Um sopro, o sussurro, os passos que me levam a lugar nenhum, o silêncio que destrói a minha mente. Os dias, os instantes, o final ou apenas o momento. Uma batalha interminável, um sofrimento opcional, palavras que escorrem pelos teus olhos e morrem nesse caminho complexo. Pobres palavras, jamais terão conhecimento sobre seu desfecho, jamais saberão aquilo que podem proporcionar.
Mentes fracas, influências covardes e um desespero corporal que causa medo até mesmo nos mais durões. Mas o medo se torna escasso quando há algo que o proteja fielmente, algo que lhe dê segurança mesmo na mais triste das circunstâncias, algo que lhe proporcione conforto mesmo no mais sádico dos refrões.
Um pingo na janela que cai e flutua como uma gota de magia que talvez exista, que talvez me dê esperança, que talvez me permita sonhar, se é que posso fazer isso . . .
Um lápis de cor com o poder de mudar o mundo, um caminhão carregado de sonhos, um mundo imaginário onde as proporções são surreais e os sentimentos não existem. A vida refletida em uma maré de baixo astral, em uma colmeia de solidão e em uma imensidão preta e branca. . . que já implora por esse pequeno lápis de cor.