quinta-feira, 18 de julho de 2013

Sobre todas as músicas do Two Door Cinema Club

O espetáculo começou às 20h em ponto. Nossa troca de olhares, todavia, tinha começado bem antes disso. Durante todo o tempo, eu a encarava com a sensação de que já a conhecia há muito tempo. E ela provavelmente percebeu isso. Mas eu não podia evitar. Em alguns momentos, ela parecia incomodada com o meu olhar intenso. Pudera! Eu a observava tal qual uma leoa espreita a manada de búfalos antes de um eventual ataque. Neste caso, minhas intenções com a moça eram bem diferentes.

No palco, atores contracenavam com a maestria que lhes é característica. Na minha cabeça, as cenas eram outras. Tudo que eu pude fazer foi observar enquanto ela mantinha os olhos grudados no palco - ocasionalmente virando para o lado para ver se eu ainda a observava. Confesso que estes eram os momentos mais aguardados do "espetáculo" que se passava pela minha cabeça. Ela era magnífica. E eu já a conhecia, definitivamente.

Ela usava um vestido cinza, acompanhado de uma meia-calça preta. Seus cabelos compridos e escuros balançavam conforme a música. Ela era a mais bela canção do álbum, sem dúvida. E foi aí que tive certeza de que já a conhecia. Boa parte das músicas do Two Door Cinema Club foram escritas para ela. Ela era a protagonista. "Eat That Up, It's Good For You", "You're Not Stubborn", "Impatience is a Virtue" e "Something Good Can Work" foram feitas para ela. E a descrevem com uma melodia tragicamente bem elaborada. Exatamente como devia ser.

Conforme o tempo passava, mais adrenalina era adicionada ao ambiente. Minhas mãos transpiravam continuamente. Mas isso pouco importava. A noite era dela. Tudo ali era sobre ela. 

Na minha cabeça, era sobre como eu me sentia em relação a ela. E sobre como terminaríamos a noite. 

Fumando cigarros no teatro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário