terça-feira, 10 de janeiro de 2012

874-950

Um ato de cura, uma brisa que afronta o poder do sol e traz junto com ela diversas mágoas e sentimentos antigos, um único ponto de perdão ecoa sobre essa brisa.
A iluminação expõe o contraste entre as duas almas, dois pobres jovens apaixonados, jovens que deixaram a paixão dominar seus corpos, invadir a mente e tomar conta do coração. Jovens que foram excluídos da sociedade simplesmente por acreditarem no amor, jovens de mentes brilhantes mas com uma paixão desafiadora. Jovens exatamente iguais, mas que ainda não se conhecem, nem sequer sabem da existência do outro. Jovens que pensam estar sozinhos, quando na verdade estão mais próximos do que imaginam, jovens que desafiam a lei da gravidade simplesmente para amar, quando podiam somente olhar para o lado e encontrar a alma gêmea, aquela pessoa tão desejada e cobiçada . . . jovens que passaram a vida toda procurando por um ideal de amor perfeito, sendo que todo amor pode ser tornar perfeito.
Um ideal de perfeição, um amor inacabado, um sentimento de promessa eterna levando em conta todos os possíveis contratempos dessa relação.
A necessidade da paixão bloqueou a existência do ser, enterrou as amarguras e lutou bravamente para mostrar que estava ali, e que queria ser ouvida. O amor comandou, os jovens não aguentaram, resolveram amar, caíram em si . . .

Obs: Em sua nota final, o jovem escreveu: 'Teu príncipe pode se tornar o pior dos sapos, enquanto existem muitos sapos ao teu lado querendo se tornar o teu príncipe perfeito, basta sentir.'

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

790-654

Jovem de alma fria, coração vazio e mente aberta . . . Pobre jovem, não conseguiu chegar até as estrelas, elas se tornaram inalcançáveis para sua perspectiva. Ele também não conseguiu voar até o sol, foi queimado pelas avarezas impostas por um minúsculo raio que brotou dentro de seu coração. Aliás, o coração desse jovem também falhou . . . falhou ao pensar que amava alguém quando na verdade seu coração só palpitava a palavra arrependimento.
Esse jovem se vangloriava por possuir um mundo de sonhos, um mundo onde ele achava que poderia se esconder, um mundo onde cada pedaço de existência exigia uma escapatória. Um mundo de complexidade, uma barreira sísmica que impedia o último dos pulsares, que tremia só de saber que o planeta estava se compensando, um mundo onde cada coisa exigia um porquê.
Esse jovem ouvia muitas vezes a palavra ‘amadurecimento’, palavra essa que ficava guardada em sua cabeça, e que lhe despertava diversas sensações de desconforto. O jovem evoluía, se achava mais inteligente do que os outros mortais, se achava uma joia no meio de tantas pedras comuns. Esse jovem confundiu evolução com amadurecimento, a evolução parou, sua alma esfriou, seu coração parou e sua mente se abriu, abriu para um mundo de incertezas e corações partidos, onde o calor e a emoção dão lugar a outros sentimentos, onde a solidão reina absoluta, onde as estrelas jamais conseguirão iluminar.