quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

123-456

Olhar para o lado e ver que ninguém caminha com você, perguntar algo e ver que ninguém vai te responder, refletir sobre coisas que não fazem o menor sentido para a maioria das pessoas, mas que para ti tem um significado enorme.
Fingir que está prestando atenção em uma conversa quando seus pensamentos estão bem longe dali . . . seus pensamentos estão voltados para algo que já te fez bem, mas que hoje te tortura como nenhuma outra coisa consegue fazer. Muitas perguntas se passam pela tua cabeça, a maioria delas sequer precisa de respostas, teu coração já sabe o que fazer.
Achar que está fazendo a coisa certa quando na verdade está se dirigindo para um caminho perigoso e sem volta, achar que tua decisão é a mais sensata do universo quando na verdade ela é a mais egoísta e estúpida possível . . . achar que ama a melhor pessoa do mundo, e talvez você ame mesmo.
Amar te remete a uma mistura de sentimentos sem sentido, amar tem o poder de te levar a felicidade mais profunda e sincera do mesmo jeito que pode te levar a uma depressão eterna, depende do jeito que você ama, depende do jeito que te amam de volta, se é que fazem isso . . . É uma mistura de sentimentos inconstantes, é um relógio que nunca para, é uma balança em desequilíbrio, é o seu coração em formato de um quebra cabeça de apenas duas peças, e que jamais estará completo pois a outra metade está perdida para sempre.
O mais certo é dizer que concordamos em discordar, o mais correto é dizer ‘talvez’ mesmo que tua boca queira dizer ‘sim’, às vezes o certo pode ser desistir, apesar do teu coração não querer mais mentir. O mais sensato é refletir e pensar, mesmo quando teu coração já não aguenta mais esperar, talvez a decisão mais correta seja se entregar, mesmo quando teu coração já não aguenta mais amar.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

301-992

Não há para onde ir, já não existe salvação, esse pesadelo é eterno, faz parte da imaginação. A temperatura te causa feridas, feridas na pele, feridas na alma. Esse calor nunca vai passar, vai te queimar, vai doer, eu sei que vai doer, vai te possuir, te dominar de um jeito incompreensível, vai brotar no teu coração de forma inimaginável.
O lar dos mortos vivos, um mundo de eterno conhecimento, uma casca corroída pelo tempo, um machucado que jamais será levado pelo vento. O inferno que costumava chamar de lar, a casa dos meus pensamentos, um local onde as pessoas cantavam os versos mais abstratos, liam os textos mais vagos que existem … local onde costumavam vir para se libertarem dos espíritos malignos que ainda assombram esse ambiente.
A fuga de uma prisão de ferro, a cartada de um show de mágica, um laboratório destruído pelos seus próprios inventos . . . inventos que revolucionaram o mundo, destruíram o ser humano e subjulgaram a vontade que as pessoas costumavam ter. Já não existe mais desejo de vida, o impossível lhe dominou, foi traído pelas probabilidades, o desespero falou mais alto . . . a única saída foi desistir, desistir de tudo isso.
De repente tudo ficou mais calmo, parece que tudo passou, as pessoas voltaram a enxergar, o sol parece que vai voltar . . . triste é saber que tudo isso não passa de uma ilusão, triste é saber que o mundo escureceu, a lua amadureceu . . . a lua derrotou o sol, a claridade já não será mais vista. A realidade é essa, um mundo obscuro, o mundo dos corpos dilacerados, o cativeiro das almas subjulgadas, o inferno sob as tuas visões, o cemitério das boas intenções. 

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

859-123

O efeito criativo já não tem mais reação, tudo de bonito já ficou para trás, a ponta de esperança fica no outro extremo do mundo, a salvação já não está mais em nossas mãos. O momento de redenção já não deve mais acontecer, nada é tão simples quanto parece, é muito horror para pouca ficção, é muita falsidade espalhada pelo mundo.
O orgulho das pessoas está cada vez mais aparente, para adentrar seus corações é necessário atravessar uma quantidade gigantesca de barreiras, enfrentar dezenas de obstáculos, persistir até não agüentar mais, agarrar-se numa pequena linha de objetividade e manter-se fiel a ela mesmo na mais forte das tempestades, tempestade essa que tem o poder de quebrar barreiras, destruir fronteiras e criar dezenas e dezenas de falsas modéstias, relações de concordância e afeto desnecessário.
Uma fina camada de brutalidade alagada totalmente por uma poça de solidão jamais vista antes, um passo em falso que te leva ao mais obscuro dos lugares, uma monotonia causada pelas mentes mais depressivas do universo.
O coração que jamais será conquistado, mesmo pelo mais insistente dos conquistadores; a donzela que jamais encontrará seu príncipe, mesmo que o procure eternamente; a pergunta que jamais encontrará uma resposta, por mais simples que ela possa parecer; o ser humano que não chegará a lugar nenhum, mesmo que trabalhe eternamente.
Fatos e fatos nesse mundo de questionamentos incessantes e respostas questionáveis, discussões que por mais singelas que possam ser, não irão levar a lugar nenhum, é tudo uma falsa ilusão, tudo uma peça pregada pelo teu coração.
Um caminho infestado de pedras, várias direções, diversos obstáculos, muitos inimigos e uma sensação de que tudo pode acabar a qualquer instante . . . isso é algo sem sentido, isso é algo complexo,  talvez seja aquilo que alguns chamam de vida , porém isso nós jamais saberemos.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

666-666

Um dia de melancolia, uma noite em que as estrelas fugiram entre meus dedos, mãos estendidas ao relento e um coração vazio e petrificado esperando receber um pouco de amor.
Uma vida sem roteiro, uma tortura sem previsão de término, um fim sem o menor dos sentidos.
O sol está nascendo de novo, como se fosse um alivio, um alivio sem sentido, um alivio deturpado que eu não queria sentir, mas que hoje me permite respirar fundo e entender o que eu não conseguiria entender há um tempo.
Um sopro, o sussurro, os passos que me levam a lugar nenhum, o silêncio que destrói a minha mente. Os dias, os instantes, o final ou apenas o momento. Uma batalha interminável, um sofrimento opcional, palavras que escorrem pelos teus olhos e morrem nesse caminho complexo. Pobres palavras, jamais terão conhecimento sobre seu desfecho, jamais saberão aquilo que podem proporcionar.
Mentes fracas, influências covardes e um desespero corporal que causa medo até mesmo nos mais durões. Mas o medo se torna escasso quando há algo que o proteja fielmente, algo que lhe dê segurança mesmo na mais triste das circunstâncias, algo que lhe proporcione conforto mesmo no mais sádico dos refrões.
Um pingo na janela que cai e flutua como uma gota de magia que talvez exista, que talvez me dê esperança, que talvez me permita sonhar, se é que posso fazer isso . . .
Um lápis de cor com o poder de mudar o mundo, um caminhão carregado de sonhos, um mundo imaginário onde as proporções são surreais e os sentimentos não existem. A vida refletida em uma maré de baixo astral, em uma colmeia de solidão e em uma imensidão preta e branca. . . que já implora por esse pequeno lápis de cor.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

278-105

Um refrão mal conduzido, versos que jamais serão publicados, palavras perdidas nessa imensidão gelatinosa que costumamos chamar de mundo. Uma derrota por questão de segundos, uma injustiça cometida, um conto de fadas sem um final.
A queda foi dolorosa, pareceu perdurar durante uma eternidade. Nesse céu habitado por pássaros, um corpo humano roubava a cena, porém pelo motivo errado. Os pássaros sabiam que aquilo não estava certo, mas já não ligavam mais, sabiam que isso voltaria a acontecer querendo eles ou não. Os pássaros já não cantam mais, cansaram de se esforçar, perceberam que já não valia mais a pena.
Gritos agudos já não seriam mais ouvidos, o som do violão estava calado para todo o sempre, vozes malignas ensurdeciam o ambiente. O que fazer? Se entregar? Lutar pelo mesmo ideal sabendo que isso não te levará a nada?
Um ideal falho, um amor não correspondido, uma garota perdida no espaço. Pobre Thaina, o destino não quisera lhe corresponder. Pobre sejam os corações humanos, que se apaixonam mesmo sabendo das dolorosas conseqüências trazidas por esse sentimento.
Uma história sem final, uma ponta branca no meio dessa imensidão azul, uma pessoa sem coração . . . um mundo sem sentimentos.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

496-111

Um verbo não conjugado, palavras que não foram ditas, oportunidades desperdiçadas, mentiras tão explícitas. Onde foi parar o amor?
Um arrependimento momentâneo, uma contagem regressiva, feridas que jamais serão fechadas, margaridas que jamais se tornarão rosas.
O eixo romântico da vida, lábios lacrados de forma que palavras não conseguem ser proferidas . . . um corpo estático apenas esperando pelo desfecho final.
A saudade surge no horizonte, a beleza desperta na escuridão, a solidão consome de todas as formas, pobre beleza que é vista em vão . . .
Uma viagem para o mundo dos sonhos, sonhos que jamais serão concretizados, fantasias realistas e simples que foram compradas por meros centavos, pobre seja aquele que as vendeu, a tristeza sobre seu mundo se abateu.
A paralisia se acerca sobre a areia, o mar se aproxima lentamente, consumindo tudo o que está a sua frente. O mar roubou as declarações, sumiu com os versos e correu com os refrões. Pobre bailarina que jamais poderá se declarar, terá de se contentar com aquilo que lhe restou, com aquilo que lhe deixaram.
A bailarina sobreviveu, foi ajudada de uma forma surreal, incompreensível aos olhos humanos, cobiçada pelos deuses. Uma fresta se abriu no horizonte, liberando o caminho para todos que quisessem seguir por lá . . .
Uma simples fresta no horizonte, uma pequena interrupção entre duas lacunas impostas pela vida, um ato de coragem, uma covardia subjugada pelo mundo.
Uma corrida ao infinito, que era essencial aos olhos daqueles que já acreditaram na vida um dia, que já sonharam acordados pelo menos durante alguns segundos. Essa corrida não possui competidores, jamais possuirá vencedores, são meros viajantes, tentando descobrir algo que lhes possa ser fundamental para seguir trilhando esse caminho cheio de obstáculos intransponíveis e maldições tentadoras. São navegantes do mar da solidão, que tendem a acabar assim, alegando fé para preencher sua existência mesmo que seus corpos estejam implorando por clemência.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

624-033

Aquela sensação de que tudo pode desmoronar a qualquer momento. Você olha em volta e parece que o mundo todo está conspirando contra ti, parece que tudo vai dar errado, que tudo acabará em lágrimas.
Você respira com dificuldade, tua alma divaga por um espaço de tempo que é imperceptível aos olhos humanos. Teu corpo transpira e as gotas caem lentamente, aumentando a tensão que já domina a tua mente.
As poças no chão refletem um rosto tomado pela agonia e dominado pela solidão. Esse reflexo é apenas uma constatação daquilo que tu foi se tornando ao longo dos anos. O conformismo te deixou assim, impediu que você crescesse, bloqueou teus pensamentos mais dignos e te largou nesse mundo obscuro onde a felicidade não tem vez.
Teu cérebro já está cansado e não toma as decisões mais sensatas, teu cérebro vai de conflito ao teu coração, essas duas peças jamais se alinharão.
Teus olhos procuram um local para repousar, já não agüentam mais ficar abertos, já choram lágrimas de sangue. Num último suspiro eles se movem para uma montanha longínqua na tentativa de imaginar o que se passa por lá, buscando salvação de algo que os amedronta, mas que nem teu cérebro sabe o que é . . . talvez não seja nada, afinal tu foi se tornando covarde com o tempo.
Nem mesmo teu coração sabe aquilo que te amedronta, ele já não liga mais, cansou de não ser correspondido, perdeu a harmonia com o resto do corpo.
Talvez isso se chame medo, talvez seja covardia, os médicos diriam que é depressão, os céticos diriam que não é nada, os machistas diriam que é frescura e aqueles mais apaixonados diriam que é amor . . . é difícil deduzir, são muitos sentimentos, poucas certezas e nenhum sentido.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

025-012

Papai Noel, o que foi que aconteceu? Para onde foram todos? Onde está o seu gorro? Onde está o trenó? Cadê as renas que costumavam alegrar este lugar? Por que choras Noel? Onde está o brilho natalino? Onde estão todos os presentes? Por que não me visitou? Tem muito tempo que espero tua visita. Por que me deixou inconsciente por tanto tempo? Meu pedido te aborreceu? Foi o meu pedido que causou tudo isso? O senhor estava acostumado a ver pedidos fúteis, tais como bonecas e bicicletas, foi tão difícil assim me ver pedindo um pouco de amor no mundo? Por isso o senhor me fez dormir?
Acho que eu dormi por muito tempo. Na época em que eu costumava ficar acordado, o natal era uma época mágica. Quando foi que essa magia natalina deu um lugar a mais um simples feriado? Quando foi que essa data mágica tornou-se apenas uma desculpa para o homem consumir mais e mais?
Não foi a mentira, não foram os presentes que nunca chegaram, ou saber que não precisava ser bonzinho o ano todo que acabou com a magia do natal e sim saber que existem certas coisas que não podem ser dadas de presente, saber que chega uma hora em que presentes caros não trazem felicidade, saber que amigos não vem embalados em uma caixa com laço.
Pobre Papai Noel, um simples homem que recebe superpoderes no fim do ano. Quem dera eu poder te ajudar a recuperar o sentido do natal, quem dera eu poder te ajudar a entregar todos esses presentes, quem dera eu poder te ajudar a colocar mais inocência na mente das crianças de hoje em dia. Pena que não posso, dormi por muito tempo, me tornei inútil, agora tudo o que posso fazer é observar . . . observar o ser humano tirar o sentido de uma das datas mais bonitas que já existiu. 

domingo, 23 de outubro de 2011

755-738

Certo dia eu resolvi fugir para um lugar onde ninguém poderia me encontrar, resolvi me esconder do mundo, resolvi sumir.
Certo dia eu resolvi virar as costas para o mundo, pois já estava cansado de vê-lo virando as costas para mim quando eu mais precisava de sua ajuda.
Certo dia resolvi parar de falar com aquelas pessoas que eu costumava chamar de amigos, mas que no fundo, eram apenas pessoas comuns.
Ativei meu modo fuga, desliguei meu modo vida. Estou mais feliz assim, poderia viver em uma eterna fuga. Fugir não me torna inferior, fugir não me torna pior, fugir não me deixa triste, fugir não é desistir, fugir é apenas uma escapatória, e nos dias de hoje, escapar acaba sendo necessário.
Resolvi subir em uma árvore, e lá de cima eu podia ver o mundo na sua forma mais sincera, o que não era uma coisa boa. Porém lá em cima as coisas eram mais tranqüilas, eu estava longe das pessoas, que foram tão cruéis comigo. Lá em cima eu estava longe desses monstros que habitam os mais distintos dos lugares. Lá em cima a guerra não poderia me alcançar, foi por isso que subi na árvore. Eu só queria escapar, escapar de tudo, tudo mesmo. Estava cansado dessa vida, cansado das mentiras, cansado das falsidades, cansado dessa palhaçada, cansado dos humanos.
Aqui em cima da árvore meus sonhos se tornam realidade, aqui eu posso viver em paz, aqui não há guerra, aqui não há problemas, aqui a vida é eterna, aqui você é uma eterna criança, e essa é a melhor das coisas, quem dera eu ser uma eterna criança, quem dera eu poder viver sempre sorrindo, viver sempre brincando, viver sem responsabilidades, simplesmente viver, essa é a vantagem das crianças, elas vivem, diferentemente dos adultos que apenas existem, e eles existem apenas para foder com o mundo e piorar tudo cada vez mais.
Uma coisa que eu aprendi aqui na árvore, é que nada é tão sincero quanto uma criança e que a criança seria sempre sincera, porém ela convive com adultos, e isso a corrompe. Aqui eu também aprendi que o mundo seria bem melhor se todos fossem crianças, e é por isso que eu continuo aqui na minha árvore, aqui ninguém tira esse sonho de mim.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

000-655



“Já parou para notar como a Vida se parece com uma mentira?
A Vida é tão irreal e a Morte a maior verdade que existe, ela chega negando tudo que vivemos e simplesmente apaga toda a nossa existência vagarosa e dolorosamente.”

Sua partida é tão rápida e precoce que esquece os rastros de vida pela estrada e a morte cruelmente insiste em apagá-los, mas você ainda permanece porque suas memorias vencem toda essa coisa de verdade ou mentira, sabe... Acho que a morte não consegue lidar com tantos corações ao mesmo tempo, são muitas lembranças para apagar, ela prefere fazer isso aos poucos... Aaah Morte que trabalho sujo esse o seu, me pergunto como consegue executa-lo sem derramar muitas lagrimas? Qual o sentido disso tudo? Mais e mais perguntas sem respostas pairam sobre nossas cabeças.

Então vamos todos juntos embarcar nessa caixa de lata, vamos percorrer por esta estrada interminável que cruza o horizonte, vamos rasgar o céu e atravessar a dimensão, é tão bonito este caminho e tão triste essa viagem.

Ao final chegamos e não há nada de belo para olhar, como consegue sorrir numa hora como essa? É... Você sempre lidou com a vida de uma forma diferente dos outros, sempre tão irônico que seria ironia ver certa tristeza em seu rosto. Você já estava cansado não é mesmo? Acho que por isso se entregou tão fácil. O seu descanso eterno chegou e seu rosto está tão doce, gentil... É um adeus, mas te digo até logo, nos veremos daqui um tempo, dorme com os anjos e tenha bons sonhos.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

000-018


Você se acha tão diferente de todo o resto do mundo. Enquanto o mundo todo busca por respostas, você ainda nem sabe o que perguntar. Você queria tanto mudar este mundo, poderia até tentar, mas foi tão humilhado que acho que não vale a pena.
Você caminha tão devagar que perdeu a direção, e vai para o abismo sem se importar com sua profundidade. Sabe, você já se machucou tanto que não sente mais dores. Você olha tantas vezes para trás, parece que ainda vive do passado. Você dissipa as nuvens do seu céu, impede a chuva de cair e não deixa sua colheita florescer.
Você observa as estrelas como se tivesse sido abandonado por elas aqui embaixo e nunca poderá retornar. Você corre de braços abertos para abraçar o vento, seus cabelos voam e você sente uma brisa tão intensa em seu rosto, é o toque mais doce que você já sentiu.
Você segura às lagrimas dentro dos seus olhos e sempre prova para si mesmo que é forte. Você chega a parecer uma formiga, que carrega tanto peso nas costas e mesmo assim não é esmagado por ele, você é tão forte e determinado.
Você se machuca com tanta coisa... O seu peito aperta todas as vezes que nota a mudança das pessoas, parece que todas caminham e te deixam para trás, os seus ouvidos doem de tantas mentiras que já ouviu, e você perdoa as pessoas tão facilmente. Sofre e sofre. Seu coração não aguenta mais bater, ele está tão cansado.
Nada precisa ter sentido, não precisa ser real, só precisa ser para sempre, assim está bom.
Você inveja tão docemente a felicidade dos outros, você as admira e quase consegue sentir essa felicidade. Você se entrega as pessoas como se unisse o seu coração ao delas, e quando elas se vão, levam tudo o que você tem mais verdadeiro.
Você é tão ingênuo que usa armas de plástico para contra-atacar seus inimigos, mas você nunca se esquece do quanto és forte mesmo com tão pouco, mesmo com tão pouco guerreiro da alma, você vence suas batalhas.
Você sempre se pergunta “qual o sentido da vida?” e se perde quando tenta responder.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

882-015

As lágrimas já escorrem pelo meu rosto, o desespero já toma conta do meu coração, um forte aperto vem contra o meu peito, sinto que a vida está sendo sugada do meu corpo bem na frente do meu nariz. Que sensação horrível, por favor, faça isso parar, eu não agüento mais sofrer, por favor, eu imploro, faça parar.
Onde estão meus fones de ouvido? Para onde foram? Será que eu perdi? Será que me roubaram? Será que eles tomaram vida e fugiram de mim? Será mesmo? Iriam fugir logo de mim que sempre os tratei com tanto carinho? Sem eles não sou o mesmo, sem eles não sou capaz de seguir vivendo, preciso deles, necessito dos meus fones.
Apesar dessa dor profunda que sinto, continuo nessa busca incessante pelos meus fones, apesar de saber que a chance de encontrá-los é muito pequena. Estou agarrando num último fiozinho de esperança, quero acreditar que eles voltarão para mim, quero acreditar que esse mundo é justo e que esse mundo não quer me ver sofrendo.
Devo olhar embaixo da cama? Devo percorrer todos os caminhos que já fiz nessa vida só para tentar encontrá-los? Será que vale tanto a pena? Será que é tão necessário assim?
Não sei, só sei que enquanto houver um restinho de vida nesse meu corpo medíocre, eu manterei minhas esperanças, manterei minha fé na música, afinal ela consegue me mover, e acredito que só ela tenha esse poder todo. Posso dizer sem medo de errar que a música se tornou parte de mim, e que sem ela eu não seria nada. A música está aí para te fazer bem, para te relaxar e para fazer você esquecer dos seus maiores problemas, e a única coisa que a música te pede em troca é que você jamais feche sua mente para ela, afinal todos precisam de um pouco mais de melodia nessa jornada harmoniosa chamada de vida.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

771-295

Já parou para imaginar como a vida se parece com uma mentira? A vida é tão mentirosa que a morte acaba sendo a maior verdade que existe, ela chega e nega tudo que vivemos e simplesmente apaga todas as memórias e cada lembrança excluída em frações de segundos, tudo porque vivemos apenas mentiras.
Talvez a mentira não exista, talvez a mentira seja apenas uma definição humana para a ausência de verdade, fato é que essa ausência de verdade está presente no dia a dia, ela é bem real, ela nos corrompe, ela nos destrói e ela literalmente fode com nossa mente e com nossa vida. Podemos dizer que esse mundo de hoje é um mundo mentiroso, podemos dizer que a sociedade de hoje é uma sociedade mentirosa, podemos dizer que a verdade hoje em dia se tornou uma pequena lagoa num mar denso de mentiras.
Quem dera poder acreditar que tudo isso vai passar, que num simples clique tudo vai mudar, que numa simples batida de palmas tudo vai voltar ao normal. Triste saber que isso nunca vai acontecer, é apenas uma mentira pregada pela mente, uma mentira que te faz pensar que tudo ficará melhor, que tudo pode acabar bem. Alguns chamam isso de ‘pensamento positivo’ mas é apenas uma mentira escondida com um propósito positivo, um propósito que te faz manter as esperanças nesse mundo, apesar de saber que ele dificilmente mudará.
Para onde vou? Qual botão aperto? Devo desistir? Devo continuar a acreditar nessa mentira pregada pela minha mente? Continuo andando? Devo mentir? Devo contar a verdade?
Difícil responder a essas questões, fácil mesmo é continuar mentindo e enganando a si próprio, pois isso já se tornou um hábito rotineiro nessa sociedade filha da puta que aí está.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

201-519

Apesar desse desconforto momentâneo que paira em sua mente, tente respirar profundamente, acalmar-se, fechar os olhos e imaginar as dezenas de obstáculos enfrentados por uma folha no simples ato de cair de uma árvore em uma tarde fria de outono. (agora já pode parar de imaginar porque não é esse o assunto do texto)
Muitas pessoas adoram o verão, época de calor, sol, praia, bebidas geladas e poucas roupas; outras preferem o inverno, aquele tempo bem frio, congelante a ponto de muitas vezes te desanimar a sair de casa, chocolate quente e afins. Eu particularmente gosto das estações ‘esquecidas’. Poderia passar horas escrevendo sobre a primavera e sobre o outono, tentando reproduzir o real sob a minha visão, mas não é isso que importa.
AAAAH as quatro estações . . . tão naturais, tão bonitas, tão diferentes e ao mesmo tempo tão parecidas, tão independentes e ao mesmo tempo tão interligadas, tão mágicas e cheias de histórias para contar, tão cheias de adjetivos.
As estações descrevem todo um cenário, elas são responsáveis por todo um enredo, por todo o contexto de um filme, toda a história de um livro, toda imagem que fica guardada na tua memória. Sabe aquela imagem dos amigos reunidos a beira da piscina? Culpe o verão. Sabe aquela imagem das pessoas bem unidas, tomando um café quente perto de uma lareira? Culpe o inverno. Sabe aquela imagem de um dia chuvoso em que você teve de procurar um abrigo para não se molhar ou aquela imagem de um dia monótono em que você apenas jogou conversa fora? Culpe a primavera, culpe o outono, culpe as estações . . .
Sabe aquele dia em que você ficou em casa, sem nem sequer olhar para o lado de fora? Culpe a si mesmo, pois foi um dia em que você não vivenciou a magia das estações.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

215-182

Uma cabana abandonada ao relento, jogada as traças, destroçada pelo tempo, infestada pelos insetos e possuída por espíritos malignos. Isso poderia ser problema para muitas pessoas, mas não para aquele jovem. Já havia passado por tantos apuros na vida que estar sozinho ali naquele lugar medonho não significava nada para ele.
Esse jovem tinha muitos planos para seu futuro, tentava ser um controlador do seu próprio destino, mas com o tempo, foi se perdendo nas suas próprias idéias. Seus pensamentos eram tão complexos que nem ele conseguia suportar, era uma carga muito pesada para uma mente tão frágil.
Perdeu-se em sua própria complexidade, faltaram-lhe raciocínio e frieza para tomar certas decisões que lhe eram importantes. Foi drenado pelo mundo moderno, sucumbiu à pressão.
Nesse jovem, fragilidade e complexidade estavam interligados, assim como em uma borboleta, apesar de frágil, a complexidade de uma borboleta é algo que não dá para se imaginar.
Talvez em seus sonhos mais obscuros e profundos, esse jovem apenas quisera ser como uma borboleta e sair voando por esse mundo afora, espalhando sua complexidade e confundindo as pobres mentes humanas que ainda não possuem a capacidade de entender tal dom, o dom de ser complexo.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

000-005


Hey Avião para onde vais? E quem você carrega contigo? Viajando tão livremente pelo céu carregando tantos sonhos, é impossível imaginar todos os motivos, é impossível presenciar a emoção de cada coração a bordo de ti.

Hey Avião como tu és generoso e ao mesmo tempo tão rigoroso com as pessoas, traz a felicidade e no mesmo instante pode levá-la embora? E Avião como consegue manter tantos segredos a bordo de ti? Porque faz tantas pessoas chorarem? Você carrega nossos amores, cria nossas maiores dores, você nos leva para longe de tudo que nos machuca, você nunca sabe de que forma nos agradar, nunca sabe quando partir ou a hora de chegar. Você é tão confuso Avião.

HEY Avião você levou tudo que eu tinha para longe, será que vai me devolver um dia? Você caiu quase como um meteoro, catástrofe, você tomou tudo que tínhamos em apenas um instante, como é ser o bem e o mal? Trará tudo de volta agora? Como não pode?...

HEY avião cadê os meus lugares favoritos? Cadê o ar que eu tanto amo respirar? Você levou a minha vida e a esqueceu em um portão qualquer.

Avião porque voa para tão longe? E como é estar lá em cima indo para todos os lados sem nenhuma direção? Acho que você está perdido assim como eu... É pequeno avião, a vida não é justa com ninguém. Como dar direção a alguém se você nunca encontrou alguma? Mas continue voando e quem sabe algum dia encontre seu destino.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

615-421

Aquela ventania insana de inverno contrastava com o calor que se dissolvia pelo corpo da jovem. Seu coração palpitava fortemente e ela tinha a sensação de que ele sairia por sua boca.
A luz proporcionada por um isqueiro era a única coisa que iluminava o local. O semblante da jovem era aterrorizante, ela não conseguia conter suas lágrimas, que desciam constantemente pelo mesmo rosto que um dia já havia exibido um belo sorriso.
O vento fazia um barulho assustador quando entrava em contato com as árvores gigantescas que se encontravam no local. Os galhos dessas árvores completavam o cenário típico de filme de terror.
Ela era apenas mais uma jovem com o desejo de mudar o mundo em que vivia, mas que agora estava perdida, sozinha e se sentia completamente impotente.
Ela teve a ousadia de levantar sua voz contra a opressão que sofria simplesmente por ser diferente, ela lutou bravamente até o fim, mas manter-se de pé em uma guerra contra toda a humanidade hipócrita dos dias de hoje é realmente difícil.
Sua mente pensava em dizer coisas que sua boca já não conseguia, pois seus dentes batiam violentamente uns contra os outros, de tão intenso que era seu choro.
Um aperto vinha de encontro ao seu peito, que já não suportava mais tanta pressão. A tristeza se misturava com o ódio, ódio perante um mundo cruel e uma sociedade esmagadora.
Que porra de mundo é esse que isola as pessoas simplesmente por elas serem diferente daquilo que a maioria costuma ser? Que porra de sociedade é essa que assiste a toda essa palhaçada sem mover um dedo?
Essa jovem se moveu, queria um pouco de paz nesse mundo repleto de guerras, queria colocar um pouco de cor nesse mundo preto e branco, mas sozinha ela era apenas um pequeno inseto, que foi facilmente esmagado nesse mundo habitado por gigantes impiedosos.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

519-315

Já não sou o mesmo de antes, estou longe daquilo que costumava ser. Fui julgado, fui humilhado, fui olhado de cima a baixo, me tornei mais uma vitima desse mundo cruel que não tem piedade alguma dos seres que o habitam.
Me tornei um animal sob a perspectiva humana, hoje sou alguém em que não se pode confiar, nem eu mesmo confiaria em mim.
Me tornei irreconhecível, sou apenas mais um humano vagando desolado por esse mundo ridículo.
Quando pequeno, imaginava varias coisas para o meu futuro, tinha um ideal de perfeição, gostaria de ser aquilo que sempre sonhei. Pena que nesse mundo capitalista você não sonha, você apenas segue comandos, nada do que você pensa tem valor.
Hoje posso dizer que vivo num mundo de dúvidas, onde a incerteza é a principal certeza. Não planejo mais meu futuro, apenas me deixo guiar pela vida, apesar de saber que ela pode ser cruel comigo.
É realmente necessário viver num mundo como esses? É realmente preciso viver baseado em incertezas? Não sei responder essas questões e nem quero. Tudo que farei é tapar os ouvidos, fechar os olhos e sonhar com meu próprio mundo, pois nele ninguém tem o direito de me impedir de sonhar.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

147-394

Um silêncio tão ensurdecedor que faz a sua alma divagar por um espaço de tempo que seria incontável para a mente humana. Um silêncio que tem a capacidade de te fazer refletir, de te fazer amar e acima de tudo, te fazer sonhar.
Não importa o quão alto você cante, o quão alto esteja o teu fone de ouvido, o quão chato seja o assunto que as pessoas que estão ao teu lado estejam conversando, nada disso importa quando o silêncio está na sua cabeça. Ele toma conta de tudo, de cada abertura, de cada memória e de cada pontinha de chateação que possa existir.
Pergunto-me diariamente como seria a vida daquele surdo-mudo, que está totalmente habituado a viver no silêncio. Pergunto-me como seria este mundo, se cada um de seus habitantes fosse surdo-mudo e pergunto-me principalmente, como seria esse complexo de existência caso tivéssemos o direito de dormir eternamente, e viver vagando cuidadosamente, por um mundo repleto de imaginação, mas com o volume voltado para o zero.

245-656

Uma fria noite de inverno, tão fria que seus lábios permaneciam trêmulos apesar do excesso de roupas e da lareira acesa.
A escuridão tomava conta do local, só não estava mais escuro pois a bela alma do jovem iluminava aquilo que poderia ser um breu completo.
O silêncio era assustador, só não era maior pois ouviam-se murmúrios de um jovem perdido e desamparado.
Aquela choupana no meio do nada agora lhe servia de lar, lá era o único lugar em que ele encontrava a paz para colocar seus pensamentos em dia. Eram pensamentos sem uma linha de raciocínio traçada, pensamentos que clamavam pelo nome de alguém que já não estava mais ali. Era um jovem apaixonado e que assim como muitos outros, decepcionou-se com a pessoa que julgava conhecer e amar.
Perto dali ouviam badaladas do sino de alguma igreja abandonada. Essas badaladas interromperam por alguns instantes aquele silêncio que dominava o local e se misturaram com os pensamentos daquele jovem que permanecia ali, trêmulo de frio e doente de amor.

321-789

Eu me perdi nesse mundo escuro da solidão, um mundo onde nada possui sentido, um mundo do qual qualquer humano fugiria ou temeria.
Eu me perdi entre números complexos, que só conseguiram me deixar mais confuso ainda.
Me perdi entre versos estranhos e compridos, versos que apesar de serem bonitos, me guiaram para um caminho do qual eu não fazia idéia de onde ia terminar. Talvez esse caminho tenha me trazido para o mundo da solidão, porém não posso afirmar, aqui nesse mundo você não tem certeza de nada.
Me perdi naqueles refrões que adoro, fui traído pela música, me desconectei do real, vim parar na solidão.
Eu me perdi numa simples junção de palavras, palavras que quando separadas, possuíam um sentido completamente diferente.
Eram pensamentos vagos e desconexos, pensamentos que tiraram meus pés do chão, me deram asas e me fizeram voar por um mundo repleto de imaginação, um mundo que eu não conhecia, mas nada disso importava, pois você estava ali, foi aí que me perdi.

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Num cenário digno dos melhores filmes americanos, via-se um jovem parado a beira de um precipício, estava tentando o suicídio, poucos segundos selariam o seu destino.
Dizem que este jovem costumava ser muito alegre e brincalhão, pessoa ótima de se conviver. Dizem também que possuía um sorriso lindo e cativante, capaz de iluminar tudo o que estava a sua volta.
O que ouve-se na vizinhança é que esse sorriso possuía um nome, ou melhor, uma razão para estar ali; era a Maria. Quando estava com a Maria, este jovem transformava-se na pessoa mais feliz do mundo. Ela era sua felicidade, seu sorriso, seu pensamento e seu principal motivo de levantar da cama todos os dias.
Ao lado dela tudo podia ser perfeito, havia esperança para o mundo, havia uma luz no fim do túnel. Não importa o quão incrível fosse o dia desse jovem, ele sabia que ao lado da sua Maria, o dia seguinte seria melhor ainda, só pelo fato de ela estar com ele.
Porém um dia essa harmonia foi quebrada, a Maria não estava mais ali, morrera de uma forma tola e revoltante, fora atingida por uma bala perdida, tornou-se mais uma vitima do sistema, mais uma pessoa adicionada às estatísticas de crime nesse país.
Dizem que nenhuma lagrima foi derramada do rosto do jovem, porém isso já era de se esperar. O jovem estava totalmente conectado a sua amada, sem ela por perto ele era apenas uma casca, sem sentimentos ou emoções.
E agora ele estava lá, a beira do precipício, olhando o pôr do sol como costumava fazer com sua Maria. O jovem sorria de uma forma intensa, de um jeito como nunca havia sorrido antes. Estava preste a encontrar novamente sua querida Maria e não estava disposto a passar mais um minuto sequer sem ela.

Ps: O corpo desse jovem foi encontrado poucas horas depois, já sem vida. Mas apesar do corpo irreconhecível pela queda, algo iluminava o ambiente. Era o sorriso de um jovem que estava novamente ao lado de sua amada.