sexta-feira, 10 de maio de 2013

Sobre o livro que estou escrevendo

Minha recente ausência na internet deve-se a dois únicos e singelos fatos. O primeiro deles é um documentário chamado "Timothy Leary's Dead", que me foi apresentado há um tempo, na faculdade. Não vou me prolongar sobre, mas o documentário é sensacional, e mudou completamente o meu jeito de pensar sobre determinados assuntos. Caso tenham interesse, pesquisem sobre Timothy Leary e assistam ao documentário. Posso dizer com total certeza que vale a pena.

O fato dois: estou escrevendo um livro. Não, vocês não leram errado. Eu realmente estou escrevendo um livro, e já cheguei a dizer isso anteriormente. Inclusive postei o prefácio do livro aqui no blog. O problema: quando postei o prefácio, eu ainda estava em uma fase de iniciação do livro e, ao continuar escrevendo, a história se modificou um pouquinho. Fora que o prefácio era completamente clichê e sem graça.

Comecei a escrever o livro em dezembro, mas logo parei. Voltei a escrevê-lo nesta semana, e acho que agora sim a coisa está tomando forma. Se o universo conspirar a meu favor - algo que dificilmente acontece -, pretendo publicar o livro até o fim deste ano. Mas ainda é cedo para falar qualquer coisa. Pode ser que semana que vem eu entre em uma crise-existencialista-depressiva e foda com a porra toda. Acreditem: vindo de mim, é possível que aconteça.

Eu tava afim de mostrar alguma parte do livro pra vocês, então fiz uma adaptação de um dos capítulos, que será postado em duas partes. A primeira parte eu postarei logo embaixo desse texto, e a segunda parte eu posto na semana que vem. Ou antes. Depende do meu humor.

Não tenho o costume de redigir textos esperando algum tipo de comentário daqueles que os leem, mas desta vez é diferente, e eu ficaria bem feliz se vocês me dissessem o que acharam. Elogiem / mandem eu me foder via Twitter-Facebook-Telepatia ou através dos comentários nesta postagem.

(O texto tava sofrendo com a escassez de imagens e eu gosto de pandas. Perdão.)


Enfim, aí segue a primeira parte. A segunda sai logo menos.

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Fui à festa e fiquei com a Victória! Gostaria de ter escrito isso antes, inclusive, mas passei muito mal durante todo o sábado, então só estou conseguindo escrever agora.

Inicialmente, eu tinha decidido não ir à festa. Assim que entrei na sala, entretanto, a Victória veio perguntar a que horas eu chegaria lá. Quando eu disse que não ia, ela ficou indignada e começou a questionar os meus motivos. Tentei inventar alguma explicação na hora, mas não fui convincente. Logo depois, o Miguel se aproximou e os dois começaram a insistir para que eu fosse. Devido à tanta insistência, eu disse que "pensaria no caso", mas mesmo assim eles continuaram insistindo, e eu me vi forçado a aceitar o "convite".

Pedi à Rebeca para que me levasse até a casa do Miguel, e até ela estranhou o pedido. "Calma. O meu irmãozinho que nunca sai de casa está pedindo para que eu o leve à uma festa? Taí uma coisa que não se vê todo dia! Levo com todo prazer."

No momento em que minha irmã estacionou o carro na rua ao lado, percebi o quão grande era a casa do Miguel. A casa era imensa! Contudo, assim que entrei, a casa já não parecia tão grande assim, devido à quantidade de pessoas que estavam por lá.

Demorei uns minutos até encontrar algum conhecido. Na verdade, não encontrei; "fui encontrado" por um menino que senta junto com a gente no intervalo, mas que eu não faço ideia de como se chama. Ele estava no jardim, com um copo na mão, e me tratou como se eu fosse um desses astronautas que acabam de voltar de uma expedição à Lua. Logo deduzi que estava bêbado. "Olha quem decidiu aparecer!!! Greg, meu garoto, vem aqui me dar um abraço. Já falei que eu te amo? Cara, eu te amo. Você é tão legal!", ele disse, aos berros, enquanto me abraçava.
"Você viu o Miguel e a Victória?"
"Hmmm, tá querendo saber da Victória, né danadinho? Esse é o Greg, meu garoto! Vem aqui me dar um abraço."

Quando ele disse isso, logo percebi que tinha mais gente sabendo dessa história. E como eu não havia comentado com ninguém, imaginei que fosse coisa do Miguel. Enfim, depois de outros três longos abraços, ele me disse que na última vez em que tinha visto a Victória, ela estava no banheiro, ajudando uma menina que estava passando mal.

Nem precisei procurar muito. Logo que entrei na casa, o Miguel me viu, e veio todo feliz me cumprimentar. Pela felicidade, também deduzi que ele estava bêbado. Foi aí que comecei a pensar: "Será que tem alguém sóbrio por aqui?"
"Eaí cara! Que bom que você veio! Já tinha falado pra Victória que eu tava achando que você não vinha. Vem cá, vou te apresentar pra galera." 
"Pessoal, esse menino charmoso aqui do meu lado é o Greg. Ele é novo na escola, e é a primeira vez que ele tá vindo aqui em casa. O cara é firmeza, então acho bom todo mundo tratar ele super bem."

Puta merda! A festa inteira olhou para mim, e eu não sabia onde enfiar a cara. Alguns deram risada, outros mandaram um "eaí Greg", mas, para minha sorte, a grande maioria das pessoas estava bêbada demais para se importar com a minha presença. Aliás, analisando melhor as pessoas que estavam na festa, percebi que boa parte delas não eram da escola. E o Miguel logo explicou isso para mim.
"Tem um pessoal diferente aqui, né? É que quando eu faço essas festas, o meu irmão aproveita e chama um pessoal da faculdade dele pra vir também. Acho que hoje foi o dia em que veio mais gente. Nem eu conheço todo mundo que tá aqui!"
"Que bom! O cara tá me apresentando pra gente que ele nem conhece", pensei.

Por sorte, a "apresentação" que o Miguel fez acabou atraindo a atenção da Victória, que logo nos viu e veio correndo me abraçar.
"Que bom que você veio, Greg! Eu já tava começando a pensar que você não vinha mais. Vem, vamo subir pra conversar melhor. Aqui tá mó barulho!"
"Tô de olho em vocês, em?", disse o Miguel, ao nos ver subindo de mãos dadas. (Nem preciso dizer o quão inconveniente foi esse comentário.)

Levei uns três minutos para me recuperar da vergonha proporcionada por esse comentário do Miguel. Quando o fiz, a Victória estava toda saltitante comentando sobre alguma coisa que eu não fazia a menor ideia do que era - e, aparentemente, ela já estava comentando sobre isso há algum tempo. "Você não concorda, Greg?", ela perguntou, com um ar sutil. Porra! Eu não sabia o que dizer. Deduzi, pela sua entonação, que ela estava falando sobre algo bom. Dei um sorriso torto, meio sem jeito, e inclinei a cabeça, como se estivesse em dúvida - algo que, na minha cabeça, representava um sonoro "eu não sei o que dizer! Me livra dessa, por favor!" Por sorte, ela continuou contando sua história, sem se importar com a minha falta de opinião.

Prestando mais atenção, percebi que ela estava falando sobre algo relacionado a amores não correspondidos (aliás, preciso deixar registrado o quão difícil é entender uma história quando você a pega pela metade). Como eu ainda não estava inteirado no assunto, e não queria passar por outro "você não concorda?", decidi interrompê-la. Parecia uma decisão sensata, no momento.
"Vick, aqueles dois ali não são da nossa sala? Não sabia que eles ficavam!", disse, apontando para um casal que se pegava freneticamente em um sofá próximo de onde estávamos.
"Nossa, a Ana tá ficando com o Júlio? Greg, você não tá entendendo! Essa menina é apaixonada pelo Júlio desde a quinta série, e ele nunca deu bola pra ela. Gente! O Miguel precisa saber disso!"

Em um raro momento onde o universo conspirara a meu favor, consegui desviar totalmente o foco da conversa fazendo um comentário completamente aleatório. De repente, estávamos lá embaixo procurando pelo Miguel para contar a "novidade", e o assunto inicial - do qual não estou totalmente certo até agora  - estava esquecido.
No entanto, quando subimos novamente, a Victória começou a me contar sobre a história de amor entre a Ana e o Júlio, que na verdade era uma história de amor não correspondido, algo que nos levou de volta à conversa que estávamos tendo inicialmente. A expressão "felicidade de pobre dura pouco" nunca me pareceu tão verdadeira. Mas pelo menos desta vez eu já estava mais por dentro do assunto.

(continua)

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