quinta-feira, 23 de maio de 2013

Sobre o abrir e fechar da porta do meu apartamento

Ela fechou a porta do apartamento com o pé, para que nosso beijo não fosse interrompido. Desde então, volta aqui frequentemente, para que a gente repita a dose.

Ela deixou a porta do apartamento entreaberta, já que estávamos ocupados demais para fechá-la. No entanto, não muito tempo depois, ela saiu por essa mesma porta, reclamando do meu comportamento.

Tive de acompanhá-la até a porta do apartamento, pois o romantismo da noite pedia que isso fosse feito. Ela voltou há duas semanas, para saber porque eu nunca mais havia telefonado.

Fui obrigado a fechar a porta do apartamento, numa tentativa falha de evitar que os gritos dela fossem ouvidos pelos vizinhos. Ela disse que volta aqui mais tarde, pois a gente precisa conversar.

Ela bateu a porta do meu apartamento e saiu em disparada, buscando ficar o mais longe possível de mim. Voltou no dia seguinte, a fim de se desculpar.

Ela saiu pela porta dos fundos do meu apartamento, com intenção de que eu não ouvisse o som da maçaneta no momento em que ela a movesse suavemente para encostar a porta. Voltou na semana seguinte, para buscar suas coisas.

Ela encostou a porta do apartamento com tranquilidade, dizendo que não havia mais nada a ser feito. Nunca mais voltou aqui.

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A verdade é que ela nem chegou a passar pela porta do meu apartamento. Nem mesmo chegou a adentrar o prédio. Mas eu queria que tivesse sido diferente. Foi aí que minha mente entrou em um transe momentâneo, também entendido como um abrir e fechar constante, que visava analisar todas as coisas que poderiam ter acontecido naquela noite.

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