sexta-feira, 28 de setembro de 2012

silêncio.

Essa carta te escrevo, mas palavras não quero te dizer. O silêncio fala por mim. Sim, perdemos a conexão e o volume está voltado para o zero, fruto da interferência existente entre nós dois. O silêncio ameaçou ir embora, porém virou a esquina e nos acertou diretamente no peito. Baita desilusão.
Eu lembro como tudo aconteceu. Era um dia chuvoso, e a depressão aproximava-se rapidamente, martelando repetidas vezes cada esboço de sorriso que havia em nossos rostos. Ouvíamos Smiths e examinávamos as músicas, procurando um ao outro nos versos. E éramos capazes de nos encontrar. Porém não foi suficiente, e sinto muito por isso. A música foi diminuindo, e logo o silêncio chegou, tomando conta das lacunas que existiam entre nós.
Encosto a cabeça no teu ombro, procurando conforto depois de tamanha decepção. Silêncio. Nada se diz e nada se ouve. Nada se cria e nada muda. Aliás, confesso que essa estagnação me incomoda. Diferentemente de tempos atrás, quando tudo era reconfortante, hoje eu não me sinto mais tão seguro quando olho nos teus olhos procurando a saída das coisas que me afligem. Esse silêncio dói.
A estação mudou. O frio chegou, e junto com ele, vieram as incertezas. Junto com o frio, veio o amor. Mas não o nosso amor, afinal esse nosso amor sempre esteve aqui ao lado, a gente só evitava encontrá-lo, pois preferíamos nos amar em silêncio. O horário também mudou, e infelizmente, não é mais a nossa hora. Mudou o tempo. Mudou o clima. O silêncio permaneceu.

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