Sem introduções desta vez. Não leve a mal, mas não tenho tempo para isso. Olho no espelho e vejo alguém sem saída. Me procuro e não encontro nada. Sou a ponta da loucura, que se mantém iluminada. Sou um resto de esperança à beira dessa estrada. Observo os versos e percebo que são só palavras jogadas aleatoriamente, quase como naquela vez em que nos encontramos sem querer, e que você provavelmente nem se lembra mais. Eu lembro. Eu sempre vou lembrar.
São tantos momentos que deveríamos recordar, mas não o fazemos, afinal estamos ocupados demais trilhando um caminho que nos levará à lugar nenhum. E é nesse lugar que os versos ganham sentido, mas o caminho é longo, e, infelizmente, o sofrimento não é opcional. Diante de tantos obstáculos, ter você aqui me remete ao tempo em que as coisas eram mais simples. Eu vou rezar para esquecer, pois não quero lembrar do que eu fui para você. Mas você não vai deixar. É, você não vai deixar.
Mesmo que o sol tente aquecer, dentro de ti está tão frio. Aliás, a temperatura cai gradativamente, e eu não sei lidar com isso. Talvez esse seja nosso único ponto em comum, já que todo o sangue que nas minhas veias flui, ainda não conseguiu aquecer meu coração. E dói demais saber que nada disso existe. Dói demais ver que a ilusão se engrandeceu novamente.
Se eu te disser que eu não vou mais voltar, é porque eu cansei de agonizar, e provavelmente não suportei a dor. Se eu te disser que eu não vou mais voltar, é porque a verdade passou diante de meus olhos, e num raro surto de felicidade, eu me joguei de cabeça nessa piscina de sentimentos, sem medir a profundidade. Se eu te disser que eu não vou mais voltar, por favor não me procure, pois o que hoje você vê, é apenas um olhar, daquele que quer viver em um sono profundo.
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