quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

790-654

Jovem de alma fria, coração vazio e mente aberta . . . Pobre jovem, não conseguiu chegar até as estrelas, elas se tornaram inalcançáveis para sua perspectiva. Ele também não conseguiu voar até o sol, foi queimado pelas avarezas impostas por um minúsculo raio que brotou dentro de seu coração. Aliás, o coração desse jovem também falhou . . . falhou ao pensar que amava alguém quando na verdade seu coração só palpitava a palavra arrependimento.
Esse jovem se vangloriava por possuir um mundo de sonhos, um mundo onde ele achava que poderia se esconder, um mundo onde cada pedaço de existência exigia uma escapatória. Um mundo de complexidade, uma barreira sísmica que impedia o último dos pulsares, que tremia só de saber que o planeta estava se compensando, um mundo onde cada coisa exigia um porquê.
Esse jovem ouvia muitas vezes a palavra ‘amadurecimento’, palavra essa que ficava guardada em sua cabeça, e que lhe despertava diversas sensações de desconforto. O jovem evoluía, se achava mais inteligente do que os outros mortais, se achava uma joia no meio de tantas pedras comuns. Esse jovem confundiu evolução com amadurecimento, a evolução parou, sua alma esfriou, seu coração parou e sua mente se abriu, abriu para um mundo de incertezas e corações partidos, onde o calor e a emoção dão lugar a outros sentimentos, onde a solidão reina absoluta, onde as estrelas jamais conseguirão iluminar.

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