Hoje eu resolvi falar sobre a invisibilidade. Sim, o fato de eu ainda não ter conseguido entrar no teu campo de visão incomoda, e me faz querer escrever sobre isso toda vez que eu encosto o lápis no papel. Hoje eu sou capaz de dizer que a solidão machuca, mas não tanto quanto a invisibilidade. Afinal, cadê você que não me vê?
Esqueça a invisibilidade engrandecida pelos filmes, não é disso que estamos falando. A invisibilidade real é tão clichê que na maioria das vezes passa despercebida, e é aí que está o problema. Perdidos e com medo, diante de um ciclo ininterrupto de oportunidades desperdiçadas, a gente se ausenta. E a gente se ausenta tanto, que uma hora deixamos de fazer falta. Começa aí o princípio da invisibilidade.
Diferentemente de você, a saudade se faz presente. E por mais que você se recuse a acreditar, a invisibilidade realmente está relacionada com a saudade. Não posso afirmar que sinto saudade, afinal não te vejo há tempos. E saudade não é vazio, é presença; presença de algo que não está mais ali. Justamente por não te ver, eu te sinto.
Fui obrigado a dar uma pausa. Eu estava enlouquecendo de tal forma que, para tentar me livrar desse "complexo de invisibilidade", decidi transcrever meus pensamentos sobre aquilo que julgamos invisível. Estava quase amanhecendo, o lápis já estava sem ponta e minha caligrafia trêmula indicava que o texto, infelizmente, ainda não possuía previsão de término.
Caminhando ao lado da saudade e seguindo o caminho traçado pela invisibilidade, eu me perco. O incrível é que, indo de encontro ao fluxo principal de toda essa invisibilidade, eu me enxergo. Não sei quanto tempo essa sensação vai durar, mas também não tenho com o que me preocupar, afinal, essas são as vantagens de ser invisível.
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