terça-feira, 13 de dezembro de 2011

301-992

Não há para onde ir, já não existe salvação, esse pesadelo é eterno, faz parte da imaginação. A temperatura te causa feridas, feridas na pele, feridas na alma. Esse calor nunca vai passar, vai te queimar, vai doer, eu sei que vai doer, vai te possuir, te dominar de um jeito incompreensível, vai brotar no teu coração de forma inimaginável.
O lar dos mortos vivos, um mundo de eterno conhecimento, uma casca corroída pelo tempo, um machucado que jamais será levado pelo vento. O inferno que costumava chamar de lar, a casa dos meus pensamentos, um local onde as pessoas cantavam os versos mais abstratos, liam os textos mais vagos que existem … local onde costumavam vir para se libertarem dos espíritos malignos que ainda assombram esse ambiente.
A fuga de uma prisão de ferro, a cartada de um show de mágica, um laboratório destruído pelos seus próprios inventos . . . inventos que revolucionaram o mundo, destruíram o ser humano e subjulgaram a vontade que as pessoas costumavam ter. Já não existe mais desejo de vida, o impossível lhe dominou, foi traído pelas probabilidades, o desespero falou mais alto . . . a única saída foi desistir, desistir de tudo isso.
De repente tudo ficou mais calmo, parece que tudo passou, as pessoas voltaram a enxergar, o sol parece que vai voltar . . . triste é saber que tudo isso não passa de uma ilusão, triste é saber que o mundo escureceu, a lua amadureceu . . . a lua derrotou o sol, a claridade já não será mais vista. A realidade é essa, um mundo obscuro, o mundo dos corpos dilacerados, o cativeiro das almas subjulgadas, o inferno sob as tuas visões, o cemitério das boas intenções. 

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